A Nebulosa de Órion e o aglomerado do VLT Survey Telescope
Uma equipe de astrônomos, liderada pelo astrônomo do ESO Giacomo Beccari, usou estes dados de qualidade sem precedentes para medir de forma precisa o brilho e as cores de todas as estrelas do aglomerado da Nebulosa de Orion. Estas medições permitiram aos astrônomos determinar a massa e idade das estrelas. Surpreendentemente, os dados revelaram três sequências de potenciais idades diferentes.
“Ao analisar pela primeira vez os dados, ficamos bastante surpreendidos,” disse Beccari, o autor principal do artigo científico que apresenta estes resultados. “A excelente qualidade das imagens OmegaCAM revelou sem sombra de dúvidas que estamos a observar três populações estelares distintas nas regiões centrais de Orion.”
Monika Petr-Gotzens, co-autora do artigo, e que também trabalha no ESO em Garching, explicou, “Este resultado é extremamente significativo. O que estamos vendo é que, neste aglomerado, as estrelas na fase inicial das suas vidas não se formaram todas em ao mesmo tempo, o que quer dizer que o nosso conhecimento relativo à formação de estrelas em aglomerados pode ter que ser modificado.”
Os astrônomos investigaram cuidadosamente a possibilidade dos diferentes brilhos e cores de algumas das estrelas terem origem em estrelas companheiras escondidas, em vez de indicarem idades diferentes, o que faria com que as estrelas parecessem mais brilhantes e vermelhas do que o são na realidade.
No entanto, esta explicação implicaria a existência de propriedades bastante diferentes desses pares, propriedades que nunca foram observadas anteriormente. Outras medições das estrelas, tais como velocidades de rotação e espectros, apontam também para que as suas idades sejam diferentes [2].
“Embora não possamos ainda refutar formalmente a possibilidade destas estrelas serem binárias, parece muito mais natural aceitar que estamos observando três gerações de estrelas que se formaram em sucessão durante um intervalo de tempo de cerca de 3 milhões de anos,” concluiu Beccari.
Os novos resultados sugerem fortemente que a formação estelar no aglomerado da Nebulosa de Orion ocorre em surtos e mais rapidamente do que se pensava anteriormente."
"Notas:
[1] A Nebulosa de Orion tem sido estudada com o auxílio de muitos dos telescópios do ESO, incluindo através de imagens obtidas no visível com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros (eso1103) e de imagens infravermelhas do VISTA (eso1701) e do instrumento HAWK-I montado no Very Large Telescope (eso1625)."
"[2] A equipe de astrônomos, liderada pelo astrônomo do ESO Giacomo Beccari descobriu também que cada uma das três gerações diferentes de estrelas gira a velocidades diferentes — as estrelas mais jovens giram mais depressa enquanto que as estrelas mais velhas giram mais devagar. Neste cenário, as estrelas teriam se formado em rápida sucessão, num intervalo de tempo de cerca de 3 milhões de anos."
(O tamanho da imagem original é de 16.877 x 13.107 pixels.)
Três populações de estrelas jovens na Nebulosa de Órion
Crédito: ESO/G. BeccariNesta imagem as diferentes populações de estrelas jovens estão assinaladas com cores diferentes. As azuis são as mais velhas e as vermelhas as mais jovens, com as verdes indicando estrelas de idade intermediária. Estas estrelas parecem ter-se formado em 3 episódios distintos de formação estelar durante os últimos 3 milhões de anos.
Fonte: ESO Crédito: ESO/G. Beccari Data de lançamento da informação: 27/07/2017 https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1723a/ https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1723c/
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