Detectado um buraco negro no Aglomerado Globular Omega Centauri

Créditos NASA, ESA e a Equipe do Hubble Heritage (STScI/AURA); Agradecimentos: A. Cool (Universidade do Estado de São Francisco) e J. Anderson (STScI)

O aglomerado globular de estrelas Omega Centauri, que brilha com a luz combinada de milhões de estrelas, pode conter um misterioso objeto escuro puxando as estrelas para seu núcleo. 

Os astrônomos Eva Noyola, do Instituto Max-Planck de Física Extraterrestre em Garching, na Alemanha, e Karl Gebhardt, da Universidade do Texas, em Austin, relataram a possível detecção de um buraco negro de tamanho médio no núcleo do Omega Centauri, um dos maiores e mais massivos aglomerados globulares de estrelas que orbitam a nossa galáxia Via Láctea. 

Estima-se que um buraco negro de massa intermediária tem aproximadamente 40.000 vezes a massa do Sol. O buraco negro em Omega Centauri foi descoberto com o Telescópio Espacial Hubble da NASA e o Observatório Gemini em Cerro Pachon, no Chile.

Os astrônomos debateram a existência de buracos negros de tamanho intermediário porque não encontraram evidências fortes deles, e não há um mecanismo amplamente aceito sobre como eles poderiam se formar. 

Eles têm ampla evidência de pequenos buracos negros de poucas massas solares são produzidos quando estrelas gigantes morrem. Há evidências semelhantes de que buracos negros supermassivos pesando o equivalente de milhões a bilhões de massas solares estão no coração de muitas galáxias.

"Antes dessa observação tínhamos apenas um exemplo de um buraco negro de massa intermediária no aglomerado globular G1, na galáxia de Andrômeda", disse o astônomo Karl Gebhardt, da Universidade do Texas em Austin, e um membro da equipe que descobriu o buraco negro.

Noyola e Gebhardt usaram o Hubble e o Gemini para reunir evidências da existência do buraco negro, A Câmera Avançada pa Pesquisas do Hubble mostrou como as estrelas estão se agrupando perto do centro do Omega Centauri, como visto no aumento gradual da luz das estrelas perto do centro.

Medindo a velocidade das estrelas que rodam perto do centro do aglomerado, com o Observatório Gemini, os astrônomos descobriram que as estrelas mais próximas do núcleo estão se movendo mais rapidamente do que as estrelas mais distantes. A medição implica que alguma matéria invisível no núcleo está puxando as estrelas próximas a ele. 

Ao comparar esses resultados com modelos padrão, os astrônomos determinaram que a causa mais provável desse congestionamento estelar acelerado é a atração gravitacional de um objeto denso e massivo. Eles também usaram modelos para calcular a massa do buraco negro.

Muitos astrônomos consideram o Omega Centauri um aglomerado globular incomum por causa de seu enorme tamanho e massa. Há muito se suspeita que o aglomerado de 12 bilhões de anos seja o núcleo despojado de uma galáxia anã que foi destruída pela maioria de suas estrelas há muito tempo.

Uma pesquisa anterior do Hubble sobre buracos negros supermassivos e suas galáxias hospedeiras mostrou uma correlação entre a massa de um buraco negro e a de seu hospedeiro.  

Os astrônomos estimaram que a massa da suposta galáxia anã Omega Centauri era de aproximadamente 10 milhões de massas solares. Se as galáxias de menor massa obedecem a mesma regra então a massa do Omega Centauri corresponde à do seu buraco negro.

Noyola e Gebhardt usarão o Very Large Telescope do European Southern Observatory em Paranal, Chile, realizar observações de acompanhamento da velocidade das estrelas perto do centro do aglomerado para confirmar a descoberta.
Omega Centauri fica a 17.000 anos-luz da Terra.

Fonte: Hubblesite/NASA 
Crédito de imagem: NASA, ESA e a Equipe do Hubble Heritage (STScI/AURA); Agradecimentos: A. Cool (Universidade do Estado de São Francisco) e J. Anderson (STScI)
Ciência: NASA, ESA, E. Noyola (Instituto Max-Planck de Física Extraterrestre, Alemanha (Univ. do Texas em Austin) e K. Gebhardt (Univ. do Texas em Austin)  
http://hubblesite.org/image/2278/gallery 
https://hubblesite.org/contents/news-releases/2008/news-2008-14.html

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